Ambas as casas do Parlamento da Rússia endossaram na quarta-feira a suspensão do presidente Vladimir Putin da participação de Moscou no novo tratado de armas nucleares START de 2010 com os Estados Unidos.
Putin anunciou a suspensão do envolvimento da Rússia no último tratado de armas nucleares remanescente com os EUA durante seu discurso na terça-feira. O pacto, previsto para expirar em 2026, limita cada país a um máximo de 1.550 ogivas nucleares implantadas.
Putin disse que a Rússia não pode aceitar inspeções dos EUA em suas instalações nucleares sob o pacto, enquanto Washington e seus aliados da Otan pedem a derrota da Rússia na Ucrânia. Mas o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que o país respeitaria os limites de armas nucleares estabelecidos pelo tratado.
O presidente dos EUA, Joe Biden, falando em Varsóvia, chamou a suspensão de Putin do pacto nuclear de “grande erro”.
Leonid Slutsky, chefe do comitê de relações exteriores da Câmara dos Deputados, a Duma Estatal, enfatizou que a suspensão é “reversível e pode ser revista se nossos oponentes ocidentais voltarem à razão e perceberem sua responsabilidade pela destruição do sistema de segurança global”.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, disse que caberia a Putin decidir se Moscou poderia retornar ao pacto. “O presidente determinará se e quando surgirem as condições para revisar ou esclarecer a decisão [de terça-feira]”, disse ele a repórteres.
O diplomata observou que a capacidade de vigilância por satélite da Rússia permitirá rastrear as forças nucleares dos EUA, mesmo sem trocas de dados e inspeções previstas no tratado.
Parlamento russo aprova suspensão do pacto nuclear com os EUA