30 de abril de 2023
Os paraguaios foram às urnas neste domingo a partir das sete da manhã em uma disputa para eleger o próximo presidente entre o conservador Partido Colorado e uma coalizão de forças políticas que se uniram com a intenção de derrubá-lo pela segunda vez em 76 anos.
A eleição foi programada para encerrar às 16h, horário local, e os resultados oficiais devem ser divulgados duas horas após o encerramento.
Cerca de 15.380 máquinas eletrônicas foram habilitadas em escolas de todo o país para receber o voto de 4,7 milhões de eleitores. Pela primeira vez, esse mecanismo é usado em nível nacional para eleger o sucessor do presidente Mario Abdo Benítez em um único turno eleitoral para o período 2023-2028.
A mídia noticiou que o presidente cessante, que não tem direito à reeleição, foi um dos primeiros a votar. A Justiça Eleitoral do Paraguai informou em sua conta no Twitter que as eleições começaram “normalmente” em todo o país.
A agência também indicou que os paraguaios na Espanha começaram a votar no domingo.
Ao exercer seu direito de voto, o presidente Abdo Benítez disse: “Que a grande vencedora seja a nação paraguaia. A participação de todos é muito importante, hoje é o dia em que temos de ser protagonistas na construção do futuro da nação”.
Os paraguaios chegam a este dia depois de uma campanha muitas vezes descrita pela mídia como apática, já que muitos expressam incertezas sobre o futuro do país. No domingo, a mídia local noticiou alguns incidentes menores em algumas escolas de Assunção entre partidários de ambos os lados.
O conservador Partido Colorado governa desde 1947, com exceção de um breve período de cunho progressista liderado pelo ex-bispo Fernando Lugo em 2008 e encerrado no início de 2012 com uma processo de impeachment.
Seu candidato é Santiago Peña, um economista de 44 anos apadrinhado pelo ex-presidente e magnata Horacio Cartes (2013-2018), o homem forte da política paraguaia que recentemente foi declarado “pessoa significativamente corrupta” pelos Estados Unidos.
O principal desafio à hegemonia do Partido Colorado aparece na coalizão do candidato Efraín Alegre, 60 anos, líder do tradicional Partido Autêntico Radical Liberal (PLRA) e ferrenho opositor de Cartes. Alegre, que está em sua terceira tentativa de chegar à presidência, é apoiado por inúmeras organizações políticas de centro-direita à esquerda.
Essa coalizão busca neste domingo tirar o Partido Colorado do poder, em eleições marcadas por denúncias de corrupção e questões em manter ou não a aliança com Taiwan.
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