Milhares de russos emigraram para a Argentina desde o início da guerra

Milhares de russos emigraram para a Argentina desde o início da guerra

Casa Rosada, sede da presidência da República Argentina

 

Desde o início da guerra na Ucrânia, milhares de pessoas fugiram da Rússia. Mais de 20.000 emigraram para a Argentina, incluindo centenas de mulheres grávidas. A facilidade de entrada, obtenção de documentos e acesso à saúde e educação atraiu esses estrangeiros, num fenômeno crescente que não para.

“Queríamos chegar a um lugar onde pudéssemos ficar por muito tempo sem precisar de documentos complicados”, disse Verónica Shehukov à Voz da América durante uma entrevista em sua nova casa no bairro de Villa Urquiza, em Buenos Aires.

Verónica é uma das russas que chegou grávida na Argentina. Ela viajou com o marido, Alexei, e outra filha de sete anos. Eles tiveram que pegar oito aviões por mais de uma semana para ir da cidade russa de Vladivostok a Buenos Aires. Mas apesar do longo caminho, eles estavam determinados a começar uma nova vida neste país.

O caso da família Shehukov é apenas um dos milhares que chegam à Argentina todos os meses desde o início da invasão russa à Ucrânia. Segundo dados da Direção Nacional de Migração, de janeiro de 2022 a fevereiro de 2023, mais de 23.000 cidadãos russos entraram no país. E se você comparar janeiro de 2022 com 2023, o número de russos que chegaram quadruplicou.

Por que você escolheu a Argentina para emigrar da Rússia?
“Eles vêm em busca de liberdade, em busca de um país onde não haja discriminação racial”, explica Christian Rubilar, advogado especializado em imigração.

“Todo habitante tem direito ao mesmo, tem os mesmos direitos, exceto os políticos, que só têm cidadãos”, explica Rubilar. Isso significa que todos que pisam em solo argentino têm direito ao acesso gratuito à educação e à saúde. Esta facilidade, mais a possibilidade de aceder a um documento de identidade e passaporte com validade mundial, é o que mais seduz as famílias russas.

Mas por trás da chegada dos russos, alguns suspeitam que possa haver ligações com máfias e grupos criminosos.

“Por trás [da chegada dos russos] há máfias e estão investigando precisamente que outros crimes se supõe estarem por trás disso”, disse Florencia Carignano, diretora nacional de Migração na Argentina.

As autoridades identificaram organizações que da Argentina oferecem supostos serviços para facilitar a transferência de russos para o país, como gerentes, disse o funcionário.

Os gerentes prometem uma entrada segura, quando isso realmente depende dos agentes de migração argentinos, e um rápido processo de passaporte, quando esse processo pode levar até quatro ou cinco anos, destacou.

O passaporte argentino permite que os imigrantes circulem livremente pelo mundo, ao contrário do cada vez mais isolado passaporte russo.

 

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