Saúde dos oceanos depende de educação e uso sustentável de recursos marinhos

Saúde dos oceanos depende de educação e uso sustentável de recursos marinhos

 

O ambiente marinho encontra-se em um processo de degradação que, no ritmo atual, trará graves consequências para a biodiversidade marinha e a humanidade, segundo Frederico Brandini, professor de Oceanografia Biológica do Instituto Oceanográfico da USP. A ampla perda de saúde do oceano provém de um processo complexo e secular, de acordo com o professor: “Infelizmente, mantemos uma relação de amor e, ao mesmo tempo, de desprezo pelo mar. Há séculos o ser humano usa e abusa dos seus recursos”, afirma.

A caça e a pesca intensiva de mamíferos marinhos, por exemplo, têm a capacidade de exterminar a megafauna oceânica, de acordo com Brandini. Com o avanço de grandes metrópoles pela zona costeira, como observado na região Sudeste do Brasil, o despejo de contaminantes líquidos e resíduos sólidos ameaça a biossegurança dos oceanos. “São pesticidas, combustíveis, metais pesados, remédios e resíduos plásticos despejados no mar pelo esgoto urbano e industrial ou por acidentes marítimos. E as correntes oceânicas dispersam essa poluição para regiões remotas”, explica.

Os caminhos para oceanos saudáveis

Para reverter o quadro, o professor indica que a compreensão das recorrentes mudanças do oceano é essencial em uma ação coletiva. “As pessoas normalmente acham que o oceano sempre foi o mesmo e a transmissão de conhecimento entre gerações não é suficiente para mudar essa percepção”, elabora.

Além disso, Brandini sugere que “educação é o melhor, se não o único, caminho para o desenvolvimento social”. A substituição de combustíveis fósseis – matrizes energéticas poluentes, mas mais baratas em curto prazo – por energia limpa depende, dentre múltiplos fatores, de uma educação ambiental básica que promova uma consciência sustentável. “Não adianta demonizar combustíveis fósseis, remédios e plásticos. Eles permitiram maior longevidade e qualidade de vida para a população humana”, conclui.

 

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